segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Para mais pessoas, mais espaço para... carros?



There were seventy pedestrians for every ten cars in Times Square, but cars were louder and more catered to, so, "you know, the balance was in the wrong direction." 

Janette Sadik-Khan, in Esquire


Rua Garrett 09/12/2012

O conceito é simples: Se numa rua, o número de pessoas a pé é largamente superior ao número de pessoas que nela circula de carro, porque é que a maior percentagem do espaço disponível é atribuída aos carros?

Veja-se a Rua Garrett, em Lisboa:

No Domingo passado estava como documentam as fotografias. Havia pessoas por todo o lado, incluindo a estrada, porque os passeios não são de todo suficientes para o fluxo que a procura. Pessoas de todas as idades e com carrinhos de bebé ocupavam a rua em toda a largura disponível, conscientes de que aquele é o seu lugar natural e que é daquela forma que melhor se vive e desfruta do ambiente.


Rua Garrett 09/12/2012


As centenas (milhares?) de pessoas que por ali passam todos os dias certamente não precisam de lá passar de carro para aceder à rua, porque há uma saída do Metro no topo e no fim da mesma, mais eléctricos e autocarros em várias direcções.


Rua Garrett 09/12/2012


Por isso é legítimo perguntarmo-nos porque é que ainda é possível circular de veículo motorizado na Rua Garrett, depois do êxito que foi o fecho ao trânsito da Rua do Carmo?


Rua do Carmo, 09/12/2012


Actualmente, é permitido estacionar do lado direito da via, sendo que o estacionamento do lado esquerdo, embora proibido, sucede-se sendo ignorado pelas autoridades, como as fotografias bem documentam. E ainda sobra espaço para outras viaturas passarem, pelo que há espaço de sobra para 3 automóveis, enquanto nos passeios as pessoas que verdadeiramente dão vida à rua se acotovelam para cruzar umas com outras.


Rua Garrett 09/12/2012


É pois urgente a requalificação daquele espaço, para o tornar, no mínimo, uma área pedonal a que os residentes, e só estes, poderão aceder de automóvel. O espaço deveria ser totalmente atribuído às pessoas, com o passeio nivelado com a rua, sem qualquer lugar de estacionamento e regras bem definidas de cargas/descargas.

Rua Garrett 09/12/2012

Não tenho qualquer dúvida que seria um sucesso enorme, podendo ser estendido às laterais e respectivo Largo do Carmo que está mais confuso do que nunca com a ocupação de que foi alvo pelas esplanadas.

Só pecava por tardio. 

Um exemplo: Grafton St, Dublin, Irlanda.





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